Folia! Mistério de uma Noite de Pentecostes

Não percam!!!

Quinta da Regaleira - Sintra
de 5 Julho a 8 Setembro
5ª a Sáb:22h Dom:20h

Espectáculo ao ar livre de caracter volante
Aconselha-se agasalho e calçado confortável

«Folia ! Mistério de uma Noite de Pentecostes constitui uma recriação dos momentos fundamentais da Festa do Espírito Santo, desde a sua origem medieval, refundada pela Rainha Santa Isabel, até à actualidade, tal como ainda se celebra no Penedo, nos Açores, no Brasil e nas comunidades de emigrantes americanos. Tendo conhecido, desde o século XIII ao XVI, uma invulgarmente rápida e vasta expansão, no continente, ilhas e colónias – sendo mesmo celebrada a bordo das naus da Índia - , a Festa foi considerada por Jaime Cortesão, António Quadros, Natália Correia, Lima de Freitas e Agostinho da Silva um dos fenómenos mais específicos e simbolicamente emblemáticos da cultura portuguesa e lusófona e da sua vocação ecuménica e universalista. Desde Jaime Cortesão que os Painéis atribuídos a Nuno Gonçalves, obra maior e paradigmática da arte portuguesa, estão associados ao Culto do Espírito Santo.
Folia ! propõe a recriação em termos contemporâneos da experiência da iniciação e da festa comunitária, associada a uma viagem pelo imaginário mítico, histórico e cultural português. Considerando que a Festa do Espírito Santo, herdeira de formas arcaicas e medievais do “sagrado de transgressão” (Roger Caillois), como as Saturnais, os ritos transmontanos do Solstício de Inverno e a Festa dos Loucos, bem como da experiência da superabundância cósmica e espiritual própria do Pentecostes hebraico e cristão, expressa o “mundo às avessas” e ritualiza uma transformação iniciática da consciência, visa-se renovar essa eficácia operativa nas condições da vida e da mentalidade contemporâneas.
Oferece-se assim um Teatro vivo e operático, que reassume as suas origens no rito iniciático, propondo-se uma profunda interacção entre actores e público em torno dos três acontecimentos fundamentais da Festa: a Libertação dos Presos, a Coroação do Imperador e o Bodo comunitário. Beneficiando das condições oportunas oferecidas pelas estruturas simbólicas da Quinta da Regaleira, a Libertação dos Presos vive-se num percurso em que somos convidados a libertarmo-nos de tudo o que encobre e oprime a nossa natureza profunda, descendo na terra e nas trevas e ascendendo para a luz (catábase e anábase), a Coroação do Imperador é uma experiência comunitária de reconhecimento da natureza sagrada de todos e de tudo e o Bodo é a comunhão e celebração disso, a Festa da Alegria e da Abundância, onde são vitais o pão e o vinho, a poesia, a música e a dança, culminada com a descida das Línguas de Fogo do Espírito.
Inspirada na leitura de Agostinho da Silva das relações entre a Festa do Espírito Santo, a Ilha dos Amores e o Quinto Império, o texto e a encenação convocam palavras e figuras das obras de Luís de Camões, Padre António Vieira e Fernando Pessoa, além do próprio Agostinho, do teatro vicentino e dos Painéis atribuídos a Nuno Gonçalves.
Folia ! – que se assume como corolário, mas não conclusão, das Comemorações do Centenário do Nascimento de Agostinho da Silva – propõe que as noites de verão na Quinta da Regaleira se tornem ainda mais feéricas e que possamos trazer esse espírito para as nossas vidas, celebrando-as como a quinta-essência deste Mistério de uma Noite de Pentecostes. »
Paulo Borges

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