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A mostrar mensagens de junho, 2009

quando se é novo é para toda a vida...

de antónio lobo antunes encontrado na versão revista e reencontrado aqui Não sei a idade dele. Tem o cabelo branco, o bigode branco, rugas em parênteses sucessivos dos lados da boca, um dos olhos morto, sepultado no caixão das pálpebras, as mãos tremem um bocadinho à procura das coisas e dá-me a impressão que as coisas o ajudam aproximando-se, misericordiosas - Agora podes da dificuldade dos dedos. Quando estão viradas para esse lado as coisas são simpáticas, quando não estão escapam-se da gente, rolam, escorregam, caem no soalho, partem-se: é preciso tratá-las com bons modos ou apanhá-las distraídas, de costas para a gente, saltar-lhes para cima - Já cá cantas e as coisas, que remédio, aceitam. Então convém segurá-las pelo pescoço, de preferência com os dentes, e esmagar-lhes as vértebras num movimento rápido, como os leopardos fazem aos antílopes. Esmagar-lhes as vértebras talvez não seja boa ideia porque as coisas amolecem e deixam de servir. O melhor é seduzi-las d

o pequeno marinheiro solitário...

dirigi-me a ele porque estava sózinho, sentado no degrau e triste porque o jantar era peixe e ele não gostava de peixe, de peixe nenhum, desejava que o jantar fosse pizza ou hambúrguer com sumo e gelado à sobremesa, mas era peixe e ele não gostava de peixe. sobre esse assunto não posso fazer nada, mas talvez este seja um peixe especial que tu vás gostar, ainda não viste como foi cozinhado, vamos esperar para ver é que sabes eu também não gosto de peixe, no entanto estou certa que este vai ser diferente e me vá saber bem. perguntei-lhe porque estava sózinho disse-me que para além de não gostar de peixe também não gostava da sua cor, é que os outros gozam, como é possivel não gostares da tua cor és castanho chocolate, eu gostava de ser da tua cor, queres trocar? encostamos os braços um ao outro, ele disse-me não dá, não dá para trocar e lá foi brincar. ficámos na mesma mesa e, tal como eu que não gosto de peixe, comeu tudo até ao fim. depois foi no passeio nocturno em que ia-mos enfrenta

estórias da colónia

é simples aos 3 anos dar lições de humildade... mesmo sem o perceber, especialmente porque não se percebe. depois do jantar, um jantar com visitas fomos descobrir o espaço envolvente, conversar trocar afectos. estávamos no páteo a comer pinhões o processo era encontrá-los, reunir, parti-los e come-los. o A era o mais pequeno, estava a ambientar-se, logo os restantes tinham enorme cuidado com ele, perguntei-lhe se queria fazer uma cambalhota, achou que não era altura, imagino que se tenha perguntado como é que isso podia ser feito ali naquele chão de terra batida, outro mais ousado disse que gostaria de experimentar e exemplifiquei, mais seguro A. venceu o receio e aventurou-se, depois começou o processo da procura de pinhões e lá fomos umas 6 crianças (entre 3 e 10 anos) e eu, enquanto isso uma delas perguntou quem é este novo menino, respondi "é filho do Dr. X e da Drª Y", A. ouviu a minha resposta e quando me calei oulhou-me e disse rebatendo a minha apresentação "sou

mais e mais obrigada

pelo tanto que aprendi na casa da praia, recordo a importância do trabalho em equipa daquelas mesmo boas que quando não acerta reinventa soluções, da atitude terapêutica nos diferentes contextos, da importância das regras e limites, do impacto que tem na na criança/adolescente conseguir traduzir os sentimentos em palavras que possam ser entendidas e acolhidas palavras que tenham significado para eles, palavras de afecto, da importância de reconhecer o código escrito, da importância de somar, da dificuldade de subtrair ou dividir dos que já pouco têm de seu, do papel da imaginação e do mundo mágico de esperança cheio de lobos, ursos, tubarões e papões que temos que ter coragem de enfrentar. estes 3 dias de colónia ajudaram-me a consolidar, outra e outra vez esses tesouros de conhecimento. um grande bem haja ao sonho do Senhor da cenouras por ter perpetuado as suas descobertas cientificas em livros, por ter deixado marca em quem com ele trabalhou, por ter perpetuado o que foi aprendendo

as coisas que eu não quero...

um dia ao contar a alguém que tinha acabado de conhecer sobre este blog foi-me perguntado sobre o que é que escrevia. respondi coisas e talvez por defeito profissional fui vaga (é que ganhei o vicio de nunca responder a uma pergunta sem entender o porquê de ela me estar a ser feita). era giro que escrevesses sobre as coisas que tu não queres. volvido todo este tempo agarro essa sugestão neste post, ajustando a minha linha editorial à sugestão de tempos idos, porque a letra desta canção sintetiza o meu maior receio chegar a uma qualquer altura de vida e perceber que não fiz o suficiente para que o lamento aqui expresso seja por mim sentido. a minha luta mais constante tem sido pertencer ao mundo dos adultos e ter tempo para não esquecer tudo o que desde sempre dá significado ao meu viver, observar o que me rodeia, dar importância às pequenas coisas, assistir ao nascer e ao por-do-sol, surpreender-me a cada momento com as novidades que sempre lá estiveram mas às quais nunca tinha dado at

hoje amanhã e depois...

colónia da casa da praia porque recordar é viver... e há memórias que são para reavivar sempre que nos seja dada essa oportunidade!

em jeito de balanço...

este ano foi bom... falhei umas quantas vezes mas acertei muitas mais... fui PJ, alma gémea, teresinha e térêsaaa... surpreenderam-me muitas vezes, por confiar! mesmo quando nada o faria prever e vi-os crescer emocionalmente, acreditaram neles, cada vez mais, nas suas potencialidades e mesmo os que não cumpriram o objectivo gostaram de andar na(pela) escola... tiveram momentos felizes, cooperaram, cumpriram objectivos intermédios, empenharam-se, esforçaram-se, por ser mais e melhor nas coisas boas... disse não, zanguei-me muitas vezes, disse coisas bem duras, verti algumas lágrimas... é qui à professora tem olho mole! mas depois de tudo ficam os sorrisos, os beijinhos, os mimos, a emoção dos bons momentos, os abraços, os sucessos e o desejo forte de um futuro MARAVILHOSO! um grande bem haja aos putos e um ainda maior aos professores, vocês são maravilhosos!!!

a coisa mai linda da tia...

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... é esta belezoca!!! é muito parecida comigo, sabe apontar muito bem, ri muito, gosta de dançar, tem dois dentes e baba-se!!! que mais posso eu querer de uma sobrinha?!?!

ontem na ópera, hoje em monsaraz, amanhã em nova york!!!

dom giovanni, amei, dormir a correr, abraços às 7 da manhã, acordar o dorminhoco, partir em direcção ao alentejo, arrisquei o conhecimento do inferno, mas imperava a agitação e fiquei na 3ª pagina, fui mudando o lugar, tentando tranquilizar o entusiasmo, depois foram os cromeleques e os menires e monsaraz à vista, foram demonstrando os saberes, da escola e da vida e foi bom ouvi-los! vê-los maravilharem-se com as paisagens alentejanas, observá-los a brincar todos juntos e connosco, a fazer de conta. o almoço foi tranquilo. a emoção de ser certificado e ligar aos pais a dar as boas novas. depois a pedra dos namorados, eu caso no ano que vem e vou ter dois anos repletos de festas dos casamentos deles ;) agora vou fazer a mala até ao meu regresso!!!