Strange Days...

Esta foi uma semana carregada de acontecimentos estranhos...

Segunda-feira, logo pela manhã, a noticia de que o barco do Maretec tinha afundado (sim, leram bem, afundou) em plena doca de Alcântara. Lá estava o pobre, coberto de água, tudo o que é eléctrico estragado e vá lá que estava preso por um cabo à doca (e que aquilo não é muito fundo!) e portanto ainda se via um bocado...pobrezinho...vai ter que ser todo limpo e vamos lá a ver o quê mais...Qual é a probabilidade disto acontecer? A resposta é: depende...e ficamos assim.

Terça-feira, mais uma aventura a juntar às muitas aventuras por que já passei a fazer trabalho de campo para o Maretec. O local é a bacia do Rio da Cal, algures perto de Óbidos e o dia é de chuva intensa. Não interessa agora como, a chave da nossa pick-up ficou trancada lá dentro. E pela primeira vez na vida, a estupida da porta da caixa fechada, que passa a vida a abrir-se sozinha, especialmente se estivermos em plena auto-estrada, não abria por nada. Ficámos (eu e a Madeleine) literalmente sem carro no meio do nada. Ainda por cima o chefe tinha ido connosco e estava à espera que o fossemos buscar a Óbidos, daí a duas horas.

Primeiro passo, tentar arrombar a porta...nada, impossível. Segundo passo, ligar ao chefe (e fazer figuras de ursas!) e a algum colega (para grande gozo de todo o Maretec) que nos fosse levar a chave suplente...Azar dos azares, a parte de trás não tem chave suplente (ou não tinha porque agora vai passar a ter 10, espalhadas pelo carro!). O chefe diz "ai coitadinhas, estão à chuva...metam-se debaixo do carro." Sim chefe, deitadas na lama será bem mais confortável...Felizmente a parte da frente estava aberta, só não tinhamos chave para sair dali.

Ok, resta-nos ligar para a Toyota a pedir que nos venham abrir a porta (figura de ursas parte II). Resposta deles: a Toyota não vai aos carros, os carros vem à Toyota. Muito bem, liga-se para a assistência em viagem. Explicar o problema: figura de ursa parte III. Lá dizem que vão mandar um reboque. Liga o senhor da oficina local a perguntar o que se passava com o carro (figura de ursas parte IV). Lá vai mandar o reboque. Explicar ao senhor do reboque como chegar até nós. Quer a coordenada, perguntamos? Eu lá tenho GPS, responde ele. Depois de uns 10 telefonemas lá conseguimos que ele chegue ao meio do nada, cheio de medo de atolar o reboque.

Somos rebocadas para a Toyota de Óbidos. Reunião de emergência de uns 4 mecânicos, que não fazem puto ideia como vão abrir a porta. A fechadura desmonta-se por dentro, o vidro desmonta-se por dentro. Nada que um ladrão de automóveis não resolvesse num instante! Lá tentaram com um arame, mas a sacana da porta estava mesmo bem fechada. Surge a ideia de partir o vidro. Completamente fora de questão. O vidro da parte de trás destas pick-ups fechadas é feito por medida e conseguir outro é, além de caro, um verdadeiro inferno (já experimentado por mim numa prévia aventura ao serviço do Maretec). Entretanto lá há um senhor que se lembra de uma solução que não implica partir nada: desmontar o pára-choques traseiro para descer a porta. É essa mesma a solução, porém há um problema, a Toyota (que fica no meio do nada) fecha para o almoço (e ainda estranham que eu nao goste de sair de Lisboa), por isso só o fazem da parte da tarde.

E lá ficamos as duas, no meio de outro nada, à beira de uma estrada nacional. A solução é andar por ela fora até encontrar um sitio qualquer para comer (o pequeno almoço já tinha sido antes das 8h da manhã). E aí vão elas, à chuva, estrada fora. A placa dizia Óbidos 3km, portanto seria o máximo que teriamos que andar. Mais ou menos 1 km à frente, lá encontramos uma bomba de gasolina que servia refeições num cantinho entalado entre a venda de combustiveis e os WCs/escritórios. Não estavamos em condições de ser esquisitas e, sendo sitio de paragem de gente de trabalho, até se comeu bem!

Caminhada de volta à Toyota e às 16h o nosso carro estava finalmente pronto. Agora só faltava fazer todo o trabalho de campo (sim, porque isto aconteceu no primeiro ponto, logo às 10h da manhã, e o nosso lema no Maretec é "the job always gets done"), ir buscar o chefe e regressar a Lisboa. Cansadas, exaustas, mortas...ai que bem que ia dormir...caí na cama e adormeci a rir (sim, que a mim o absurdo faz-me rir).

Quarta-feira, mais um dia de trabalho de campo, desta vez no Escaroupim (Michelle, desta vez ficou bem escrito?!). E quem trabalha no Maretec e conhece a empresa que nos montou a boia e seu funcionário maravilha ao qual gostamos de chamar, carinhosamente, Garden Flower, the Human Probe, sabe que estas campanhas sao prolíferas em stresses anedóticos em que somos constantemente confrontados com tudo aquilo que não estamos à espera. E mais uma vez assim foi, não desiludiu.

O que vale é que já estamos preparados para tudo e a coisa até que correu bem. No caminho ainda conseguimos ser brindados com um carro que ia a andar muito devagarinho porque, digamos, aquilo que parecia ser uma gaja que não sabia conduzir era na realidade um casal em pleno acto sexual. Ele há gente para tudo. Depois estranham que haja tanto acidente na A1. Enfim. Pelo menos iam na faixa da direita e os camionistas estavam a adorar.

Hoje felizmente é feriado e posso descansar destas emoções todas.
E amanhã, pelo sim, pelo não, o melhor é ficar em casa!!!

Comentários

Clau disse…
Queres é fazer concorrência ao Sr. Indiana Jones... Inveja é uma coisa muito feia! Isto tudo porque o senhor acabou de estrear um filmezinho...
Já pensaste em convidar o Harrison para passar aí uns tempos no Maretec???

Boa sorte para sexta, pq ainda muito mais pode acontecer!
Beijinhos
Unknown disse…
Ehh... isso é que foi Murphy por todo o sitio...

Então o barco afundou porquê?? :P

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