como o leito de um rio... para sempre!!!


21 de setembro de 2002


passaram quase 4 anos desde que ouvi as tuas últimas palavras "vou fazer-te muita falta" eu sabia que era verdade e respondi "vó não diga isso, tem é que comer e não se esqueça de beber água para voltar para casa depressa. nunca se esqueça gosto muito de si!"... engraçado como as coisas mudam desde sempre e enquanto crescia a avó sempre me disse "filha tens que comer estás tão magrinha!" e nesse dia foi a minha vez de ter a mesma preocupação...

mal deu tempo para chegar a lisboa e o telefonema que eu nunca quis receber chegou... "teresa, a avó... (silêncio)!"... essa noticia fez-me entrar numa espécie de congelamento emocional... o tempo deixou de passar, eu deixei de sentir, a enorme dificuldade de estar perto do local onde o teu corpo se encontrava, queria estar sózinha, queria estar contigo outra vez e voltar a dizer-te que gostava muito de ti, não consegui verter uma única lágrima enquanto te acompanhava no nosso último passeio!

depois as lágrimas que caiam do meu rosto sempre que voltava aos nossos sítios e como os evitei... só ia a évora quando tinha mesmo que ser, ao tarrastal só voltei há 15 dias. foi a maneira que encontrei para minimizar a falta que tu me fazes, a minha tristeza por não poder conversar contigo, refilar... tinhamos tanto jeito para essas coisas... lembro-me de todas as tardes que passei contigo em vez de ir para o colégio "ela é tão pequenina e tem sono de manhã" (sempre fui a verdadeira alentejana), quando fui para a escola continuava a ser demasiado pequena (5 anos) para ir para a escola aprender a ler e ficava contigo, a mãe refilava, mas lá conseguiamos dar-lhe a volta de quando em vez!

um dia destes dei por mim a pensar que quando morre alguém que nos é caro, morre com ele uma parte de nós mas, rapidamente me lembrei que, para manter vivas todas as partes de mim, continuo a sentir-te apesar de saber que não vou voltar a ver-te, a tocar-te...

as tuas últimas palavras estavam carregadas de razão, nem imaginavas quanta...

fazes-me falta sempre e para sempre

mas vais continuar viva em mim (por mim e para mim!)





Comentários

Anónimo disse…
SAbes bem o q se passou qd o meu avô faleceu.....para mim era mais do q meu avô, era o meu pa afectivo, era o meu melhor amigo.........era alguem q estava SEMPRE ao meu lado. Sofri mt c a sua sorte (vitima de cancro), mas........hoje apercebo-me q ele está SEMPRE cmg, no meu pansamento, no meu coração! "AS pessoas de quem gostamos nunca morrem, ficam p sempre no nosso coração".

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